Como era a sua relação com o rádio na infância e na juventude? Você ouvia rádio acompanhado ou sozinho? E o aparelho, como era: de válvula e precisava esquentar para começar a funcionar? De pilha e sintonizava emissoras do mundo todo? Você chegou a sonhar em trabalhar no rádio? Realizou esse sonho? Cobertores Parahyba e Casas Pernambucanas soam como música aos seus ouvidos?
Nasce o Museu Interativo do Rádio e da TV. Vamos começar viajando pelo rádio e suas histórias nesta primeira fase. A partir de relatos que estão sendo coletados por alunos de Comunicação da Faculdade Armando Álvares Penteado, a FAAP, de São Paulo, começamos a dividir algumas histórias. A proposta, neste momento de distanciamento social, é aproximar gerações pela emoção de uma conversa que traz boas lembranças e sintoniza os mais velhos com momentos gostosos que viveram. Dia a dia, teremos novas histórias e registros sonoros. Alguns visuais também. Fotos e vídeos vão ajudar a construir a narrativa. Boa viagem ao Museu do Rádio e da TV! Museu Virtual do Rádio e da TV no Youtube
Quem acompanha regularmente este podcast já se acostumou com a série de entrevistas que formam a nossa exposição de peças raras do Museu Virtual do Rádio.
E neste semestre a turma do 2º semestre de Publicidade e Propaganda da FAAP traz conversas incríveis que relembram importantes momentos desse meio de comunicação, incluindo, claro, a propaganda.
Entre as lembranças das pessoas entrevistadas por essa turma, você vai ouvir trechos de A Voz do Brasil, narrações da Copa de 58, o humor do Show de Rádio... Na área ainda Osmar Santos e Jorge Ben Jor em uma edição do Balancê, o anúncio do fim da 2ª Guerra no Repórter Esso, noticiário da BBC de Londres, a novela O DIREITO DE NASCER,Zé Bettio e Paulo Lopes representando a força da comunicação do rádio...
A Difusora Jet Music e a Excelsior Máquina do Som também estão na memória dos entrevistados... tem ainda o começo do rádio em FM, com o Celso Giuntti pela Cidade FM de São Paulo e momentos marcantes, como a morte de John Lennon e a queda das torres gêmeas.
Acompanhe no player abaixo ou no episódio 112 do podcast Peças Raras, disponível no Spotify, Deezer, Castbox, Google Podcasts e outras plataformas:
Diego Guimarães entrevista os pais, Nicolas (47 anos) e Viviane (45). No relato de ambos, sobressai-se o rádio dos anos 1980.
Quando crianças, Viviane ouvia o rádio principalmente no carro e Nicolas não esquece do Jornal da Manhã e a famosa música “Sinfonia Paulistana”, de Billy Blanco: “V’ambora, v’ambora”.
À noite, o pai de Diego dormia em sintonia com o Love Songs, programa que marcou época na Rádio Cidade, nos anos 80. Atualmente a atração voltou a ser apresentada no tradicional horário das 22h na Nativa FM de São Paulo.
Os comerciais que não são da memória dos entrevistados desta edição são os clássicos de “Cobertores Parhayba” (“Já é hora de dormir”), “Pipoca com Guaraná”, “Viaje bem, Viaje Vasp”, “Bala de Leite Kids” e “Café Seleto”.
Nicolas ressalta a criatividade das campanhas desses anos 70, 80 e 90 e também que esses jingles inesquecíveis ganhavam paródias entre a garotada na escola.
O pai de Diego continua a ouvir notícias e programas de entretenimento, como o Pânico, no rádio, além de ressaltar a segmentação das emissoras por gêneros musicais.
Voltando às memórias, Gil Gomes habita o imaginário de Nicolas e Viviane. Outro aspecto importante é o fato de que a rádio era ponta de lança das músicas, que chegavam primeiro às emissoras e depois aos LPs nas lojas. Daí o hábito de gravar fitas cassete com as músicas do rádio.
Viviane lembra do aparelho que tinha na casa do pai em formato de torre de equipamentos, com equalizador, luzes e caixas acústicas de qualidade. Diego ressalta os diferentes aparelhos com os quais teve contato, desde o rádio de pilha até os radiogravadores e os aparelhos 3 em 1 (toca-discos, gravador e rádio) e que alguns desses conjuntos de som compunham o ambiente, inclusive com um objeto de decoração.
A primeira transmissão de TV no Brasil aconteceu em 18 de setembro de 1950. Mesmo com o surgimento do novo meio de comunicação, o rádio permaneceu em sua fase de ouro até meados daquela década, com a prevalência de grandes produções.
Em 1952, Paulo Gracindo era o galã da radionovela "O Direito de Nascer", onde vivia o personagem Albertinho Limonta.
No humor, o ator também brilhava com a interpretação do Primo Rico, no "Balança mas não cai".
Ambos os programas ganharam versões televisivas nos anos 1960.
Aqui lembramos de uma passagem do quadro "Primo Rico, Primo Pobre", em que Gracindo dividia as atenções com Brandão Filho. Veja nesta edição do Interferência, quadro que é apresentado semanalmente no "Olá, Curiosos!", programa que dá continuidade ao tradicional "Você é Curioso?", que permaneceu no ar por 19 anos na Rádio Bandeirantes.
A edição completa em homenagem aos 70 anos da TV você pode acompanhar neste link.
Balança Mas Não Cai foi criado por Max Nunes e entrou no ar pela Rádio Nacional em 1951. Em 1968, o edifício onde viviam os personagens mais engraçados da cidade maravilhosa passou a ser mostrado também na TV. Acompanhe no player abaixo uma edição do quadro quando era veiculado no rádio.
Ouça também no seu agregador de áudio preferido. Clique em uma das imagens abaixo e vá para o podcast Peças Raras:
Neste 8º episódio do nosso Museu Virtual do Rádio e da TV, a aluna de Publicidade e Propaganda da FAAP, Natália Theobaldo Munhoz, entrevista o pai James Beal Munhoz. Ela mesma fez a edição desse vídeo, ao qual deu o nome de "Volta no Tempo".
Na infância e na juventude, James tinha uma relação muito próxima com o rádio. Era por meio dele que ouvia música, notícia, futebol, prestação de serviço. Seu melhor companheiro e mais presente do que a TV. Geralmente ouvia o rádio sozinho, mas às vezes com familiares e amigos também. À noite, escutava junto com o irmão.
O primeiro aparelho ao qual James teve contato era de válvula e ficava na sala. Mas o que marcou mais foi um transistorizado, que ele levava para todo canto e, posteriormente, o rádio do carro, que ouve até hoje.
Na entrevista, Natália ficou sabendo que o pai já havia trabalhado na rádio Universal, de São Roque, onde apresentou o “Bom dia, Saúde”. Na atração, James tocava música e falava sobre saúde, além de responder às perguntas enviadas por ouvintes.
Assim como a maioria dos entrevistados, ele também se lembra de jingles marcantes, como os de Cobertores Parahyba e Casas Pernambucanas.
O audioguia de mais uma visita à memória do rádio
desta vez vem do aluno de Rádio e TV da FAAP, André de Amorim. Abaixo, o texto
e os áudios que você ouve neste passeio. Tem Nhô Totico e sua pioneira
escolinha, Hebe Camargo cantando e o anuncio do fim da 2ª Guerra:
Maria de Nazareth nasceu no dia 28 de setembro de 1932,
ou seja, aproximadamente dez anos após a primeira transmissão oficial de rádio
em território nacional.
O primeiro aparelho adquirido por sua família foi
quando ela tinha apenas sete anos de idade. Apesar do estereótipo dos aparelhos
enormes da época, que ocupavam móveis inteiros, no caso da família dela, era um
rádio relativamente pequeno, tendo uns quarenta centímetros de comprimento.
De acordo com sua memória, a família seguia uma
rotina. De dia, os adultos trabalhavam e as crianças iam para a escola, porém,
quando a noite chegava todos se reuniam na sala para ouvir o rádio. Naquela
época, as crianças eram estritamente proibidas de tocar nos botões do
dispositivo.
Segundo seu pai, isso acontecia porque era uma
aparelho caro e frágil. O que sua família mais gostava de escutar, na época,
era o programa jornalístico "A Hora do Brasil", além das programações
musicais,enormementeapreciadasporela.
Em relação ao radiojornalismo, Maria ainda comenta
sobre uma sensação de conexão mundial. Como sua família morava em um bairro um
pouco mais distante do centro de São Paulo e o transporte da época era
restrito, o acesso às informações, principalmente para uma criança, não era tão
fácil.
A chegada do rádio facilitou, nesse sentido,
afinal, agora as notícias adentravam as casassemgrandesrestrições. Ainda pensando na infância e na
juventude, Maria de Nazareth se lembra de alguns programas e personalidades que
marcaram aquele período. Esse é o caso de Nhô Totico, com o programa
"Escolinha de Dona Olinda", QUE
RELEMBRAMOS AQUI, EM UMA ENTREVISTA DADA PELO SAUDOSO HUMORISTA AO APRESENTADOR
GERALDO NUNES. O ÁUDIO É DO INÍCIO DA DÉCADA DE 1990, QUANDO O JORNALISTA
APRESENTAVA O “São PAULO DE TODOS OS TEMPOS”, NA ELDORADO AM.
Maria de Nazareth também se lembra de Chacrinha no
rádio, com o programa "Rei Momo na Chacrinha" e das cantoras Hebe
Camargo e Lolita Rodrigues,queiniciavamsuascarreirasnaquelecenárioradiofônico. E NO NOSSO MUSEU VIRTUAL VAMOS LEMBRAR DE
UMA RECONSTITUIÇÃO DO SURGIMENTO DA CANTORA HEBE NO RÁDIO, FEITA PARA O QUADRO
INTERFERÊNCIA PRODUZIDO POR MIM PARA O “VOCÊ É CURIOSO?”, DA RÁDIO
BANDEIRANTES.
Para Maria de Nazareth, um dos acontecimentos
mundiais que mais marcou sua história com o rádio foi o cenário da Segunda
Guerra Mundial. Pelo que ela conta, a região de Pirituba onde ela morava, era
bastante ligada ao cenário das migrações. Assim, em sua vizinhança, havia
muitas famílias de húngaros, italianos, ingleses e seus descendentes. Dessa
forma, mesmo que a guerra parecesse distante para aquela jovem que morava no
Brasil, todos tinham parentes que ingressavam o cenário tenebroso do conflito.
Então, para ela, se tornou inesquecível o momento em que, pelo rádio, foi
anunciado o fim da guerra.
REPÓRTER
ESSO – ACABOU A GUERRA
O momento era de festa, as pessoas comemoravam
aliviadas que seus parentes finalmente estariam emsegurança,longedebatalhas. Bom, isso é um pouco da história
que Maria de Nazareth, com seus oitenta e sete anos de idade, lembra de ter
vivido, na companhia do rádio. Pelo que ela conta, o aparelho fez parte de sua
história, tendo sido um objeto que proporcionou diversas aprendizagens e fez
com que ela entrasse um pouco mais em contato com diferentesculturas.
Hebe brilhou como cantora, antes de se tornar a rainha da TV brasileira
Mais um audioguia do nosso
museu virtual do rádio e da TV, projetorealizado com alunos de comunicação da FAAP. Acompanhe no player abaixo ou neste link:
Em meados de março, quando
as aulas passaram a ser a distância, convidei minhas turmas de Publicidade e
Propaganda e de Rádio e TV para que conversassem com parentes que estivessem na
mesma casa ou por telefone, sobre como era a relação desses familiares com o
rádio na infância e juventude.
Nesta sexta visita, vamos
ouvir a entrevista que a aluna de Publicidade e Propaganda, Fernanda Fraioli,
fez com o tio Amarildo Roberto da Silva.
Ele conta como curtia e
também participava de programas de rádio no tempo em que foi jogador de futebol
em Goiás e em Mococa, onde nasceu e mora atualmente.
Entre as peças raras que
vamos lembrar está o programa do Zé Bettio e o jingle do leite Mococa,
patrocinador do Radium, time da cidade em que Amarildo jogou também.
Acompanhe algumas fotos
que mostram Amarildo nos tempos em que atuou como jogador e também uma em que
se vê o radiogravador em que ele ouvia o programa de Zé Bettio e outros com o
pai.